domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal dos bobos




Natal, época de todos os nossos clichês mais hipócritas. Falar com parentes que você nunca vê e que na realidade nem falaria com você passando na rua em um dia qualquer, mas no Natal, temos que abraçar, dizer como é bom vê-lo, desejar-lhe todas as coisas boas possíveis e ainda convidá-los para comer o banquete que você fez com quase toda a grana do décimo terceiro. Você tem que mandar recadinhos no orkut, de preferencia aqueles que vão para todos os contatos, que de uma vez só, você consegue desejar feliz natal desde a sua mãe até aquele cara que você adicionou só por que estava de olho na vaga de emprego que a empresa dele abriu. É época também de gastar nosso dinheiro, primeiro com os presentes, os presentes da família não podem faltar, afinal eles são os mais importantes, e eles nunca entenderiam que você tem contas a pagar ainda maiores que nos outros meses do ano. Afinal só você tem, no natal todas as contas são suspensas, ninguém precisa pagar a luz, a água a internet, a parcela da viagem que você fez no ano passado, contas não existem no natal, o que existe são os presentes. Da namorada ou das namoradas para quem é mais danadinho, d0s irmãos, da afilhada que você só vê uma vez no ano.... e pensamos que os presentes param por ai? Não mesmo.... ainda tem o amigo secreto da empresa que você trabalha, ou da igreja que você frequenta, ou do clube da terceira idade que você vai toda semana só para fazer hidroginástica de graça. Mas se pensou que seu dinheiro vai só para os presentes, ledo engano, ainda tem as benditas colaborações, o envelope dos garis da rua, do carteiro, do vigia do quarteirão, do pessoal da limpeza da firma e não acaba por aí, ainda tem as caixinhas na loja de roupa, na lanchonete, no salão de beleza, na padaria e moedinha por moedinha lá se vai aquele livro que você queria comprar, vira projeto do próximo ano! Isso é espírito natalino, gastar todo seu dinheiro com bobagens, fingir ser uma pessoa melhor e ainda sorrir. Hou hou hou.. Feliz Natal!

Tiago Sousa
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!

- Você me admira?
Pergunta estranha essa. Mas sim, eu te admiro. Por tudo que você é!

O que não se pode nunca, é confundir admiração com amor. As pessoas tem a leve mania de misturar as coisas. Uma, nada tem a ver com a outra. Se fossem a mesma coisa não precisariam de dois nomes diferentes. Admiração é diferente de encantar-se, paixão é diferente de tesão, carinho é diferente de romantismo, respeito é diferente de fidelidade. Cada coisa é uma coisa e o fato é que apesar de fazermos um esforço tremendo e misturarmos tudo num mesmo pacote, essas coisas não são iguais e nem se implicam de fato. É possível admiração sem encantamentos, ou sem paixão, sem tesão, sem carinho, sem fidelidade ou sem amor, é possível até admiração sem respeito. Admiração não implica nada, somente admirar. Amor não implica nada além de amar. Formamos nas nossas mentes uma relação dúbia e falaciosa entre sentimentos que não tem a mínima relação causal. Precisamos ter certeza de cada sentimento que temos, e declarar-mos sua independência na relação com os outros. Não podemos potencializar sentimentos com a adição de ingredientes que não estão na sua fórmula original, sentimentos são ao mesmo tempo, unos e múltiplos. Unos no sentido de não terem vínculos com outros sentimentos, e múltiplos por que o amor ou a paixão que sinto em mim, nunca será a mesma que João sente nele, mesmo sendo amor e paixão. No plano sentimental, há a subjetividade que regula meus sentimentos de acordo com minha própria consciência e a intersubjetividade que faz que minha consciência entenda o amor da outra consciência como o mesmo amor que sinto. Vixe... comecei falando de admiração e amor e agora estou falando de filosofia.. acho melhor parar... deve ser o sono... boa noite... admire... ame... ou só ame... é muito mais importante...
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mariana - Uma história de ego e alter-ego







Aquela menininha de olhos azuis passeava atardezinha na praça e cantarolava enquanto segurava nas mãos um lenço vermelho, o dia se fazia tão bonito que todos os passarinhos viam brincar diante dos seus olhos como costumam fazer numa manhã de sábado ensolarado. Não era sábado, não era manha e nem havia tanto sol assim, mas a alegria e o encanto de Maria fazia tudo ficar mais bonito. Sua amiguinha, Ana, notou tanta felicidade e se juntou a ela, para confessar-lhe suas alegrias naquele dia. Mas Maria recuou e a proibiu de falar, Ana já havia deixado-a triste por muitas vezes e ela queria que aquele momento fosse só dela, e numa fúria repentina de orgulho, egoísmo e asco, ela empurrou para longe sua amiguinha dizendo que ela não podia tentar ser feliz também... E Ana se pôs a correr enquanto havia forças e se manteve o mais distante possível daquela que não a permitiu sorrir depois de errar...

...Na verdade Ana e Maria eram uma só, num dilema eterno de se sentir duas.
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