- Você me admira?
Pergunta estranha essa. Mas sim, eu te admiro. Por tudo que você é!
O que não se pode nunca, é confundir admiração com amor. As pessoas tem a leve mania de misturar as coisas. Uma, nada tem a ver com a outra. Se fossem a mesma coisa não precisariam de dois nomes diferentes. Admiração é diferente de encantar-se, paixão é diferente de tesão, carinho é diferente de romantismo, respeito é diferente de fidelidade. Cada coisa é uma coisa e o fato é que apesar de fazermos um esforço tremendo e misturarmos tudo num mesmo pacote, essas coisas não são iguais e nem se implicam de fato. É possível admiração sem encantamentos, ou sem paixão, sem tesão, sem carinho, sem fidelidade ou sem amor, é possível até admiração sem respeito. Admiração não implica nada, somente admirar. Amor não implica nada além de amar. Formamos nas nossas mentes uma relação dúbia e falaciosa entre sentimentos que não tem a mínima relação causal. Precisamos ter certeza de cada sentimento que temos, e declarar-mos sua independência na relação com os outros. Não podemos potencializar sentimentos com a adição de ingredientes que não estão na sua fórmula original, sentimentos são ao mesmo tempo, unos e múltiplos. Unos no sentido de não terem vínculos com outros sentimentos, e múltiplos por que o amor ou a paixão que sinto em mim, nunca será a mesma que João sente nele, mesmo sendo amor e paixão. No plano sentimental, há a subjetividade que regula meus sentimentos de acordo com minha própria consciência e a intersubjetividade que faz que minha consciência entenda o amor da outra consciência como o mesmo amor que sinto. Vixe... comecei falando de admiração e amor e agora estou falando de filosofia.. acho melhor parar... deve ser o sono... boa noite... admire... ame... ou só ame... é muito mais importante...
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